Filme: Os novos mutantes
Assistido: 08/11/2020
Cinemark – Shopping Aricanduva

***ZONA SEGURA – LIVRE DE SPOILER***

Depois de um jejum de oito meses sem ir para o cinema por causa da pandemia, a falta de estreias junto com a saudade da telona influenciou na minha opinião sobre os novos mutantes, acredito que tudo estava propício para a ótima experiência que tive com esse filme e por um momento até que gostei e relevei todos os problemas que vi em tela, mas em pouco tempo esta opinião mudou.

Sabemos que a grande quantidade de filme de super herói está começando a sobrecarregar o cinema e que é necessário trazer inovações para atrair o público para que este gênero não morra. Tal qual os westerns que saíram em grande quantidade dos anos 40 até os anos 70.

Os novos mutantes foi uma tentativa da Fox de nos apresentar um grupo de adolescentes com poderes e personalidades problemáticas, com um tom mais sombrio e um clima de terror, em uma cena ou outra vemos conceitos até que competentes quando se trata de assustar, gerar angústia e trazer o público para pele deles, porém no geral ele se perde nas próprias ideias e na trama que tenta montar.

Os novos mutantes é uma obra pequena e sem grandes pretensões, ele é o último filme feito pela Fox do universo dos X-mens antes de serem adquiridos pela Disney e é difícil de imaginar que terá uma sequência, mesmo se tratando de um filme sobre mutantes só temos uma pequena citação sobre a escola do professor Xavier e sobre a organização Essex, é possível ver que com todo o tempo de produção e com mais de dois anos de adiamentos da estreia o filme estava fadado ao fracasso e a Fox em nenhum momento acreditou que poderia incorporar esse pequeno grupo em suas histórias maiores.

***ATENÇÃO – ÁREA COM SPOILER***

Mesmo com toda trama do filme acontecendo dentro daquele hospital e com um pequeno elenco, o tempo de tela é mal aproveitado e vemos vários recursos pobres de roteiro para apresentar os personagens, como o grupo de apoio proposto pela doutora ou aquela ida até o sótão onde utiliza os adolescentes usam um detector de mentiras onde claramente o objetivo era nos apresentar os personagens, seus poderes e criar uma laço entre o eles.

Os poderes da Daniele Mostar (Blu Hunt) são de criar ilusões e é um artifício perfeito para um filme de terror, ele é responsável por quase todas as cenas de susto e nos faz conhecer um pouco da história de cada um dos personagens mostrando os seus medos, o pouco que vemos de sua história temos alguns conceitos muito bonitos, na forma dos aprendizados que seu pai lhe passou, o que mais gostei foi quando ela diz que nossos corpos são uma jaula e quando morremos nossa alma fica livre, porém o trauma dela ter perdido todos conhecidos e familiares que moravam em sua aldeia nos apresenta assuntos pesados como a culpa do sobrevivente e até mesmo o suicídio.

Lupina (Maisie Williams), nossa tão amada Arya Stark do Game of Thrones, pode se transformar em lobo e também pode utilizar uma forma hibrida de lobo e mulher que é bastante útil nas batalhas, além de ter sentidos de um lobo como ver no escuro e olfato apurado, na sua história gostei de seu medo do padre que a agrediu por conta de seus poderes.

Tirando os poderes da Dra Rey (Alice Braga) de fazer barreiras e que era o artifício utilizado para ela aprisionar todos dentro daquele internato e gerir aquela instituição sozinha, todos os outros foram subaproveitados na luta final, como o do Roberto (Henry Zaga) que é basicamente o tocha humana e na batalha final ficou jogando bancos em cima do urso, ou o Sam (Charlie Heaton) que pode voar na forma de um míssil e tem grande resistência e em nenhum momento utilizou isso como forma de ataque para empalar o urso ou algo do tipo, pra finalizar a Liliana (Anya Taylor-Joy) que é a mais poderosa e pode abrir portas para outra realidade, materializar uma armadura, uma espada e seu amigo dragão seguram o urso por algum momento mas nada conclusivo ou realmente eficaz na batalha, talvez seja pela falta de experiência deles em combate ou por não terem domínio dos seus poderes.

Dentre todas as coisas que não gostei o romance que tentaram emplacar ente a Daniela e a Rem aparenta ter sido colocado ali só a título de inclusão.

Nota: 5,5